quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

"Eu vejo o futuro repetir o passado..."♪

                  Há algo de muito irritante nesse "museu de grande novidades" com que me deparo todos os dias. As pessoas à minha volta parecem não se esforçar muito para serem diferentes de tudo que já é conhecido. Tenho escutado as mesmas músicas, quero dizer, não as mesmas, exatamente, mas aquele mesmo tipo, com um ritmo quase idêntico e letras que proferem às mesmas mensagens. Olho ao meu redor e percebo que a minha geração, de dois ou três anos atrás(risos), está sendo substituída por um enorme contingente de jovens que se contentam em seguir as mesmas "regras" e fazer as mesmas coisas estúpidas que fazíamos. E isso me decepciona. Talvez porque eu lamente ver os mesmos erros do passado sendo cometidos agora: aquela mesma arrogância, a insensatez e o desrespeito à vida. Ou talvez, simplesmente, porque o tédio tenha tomado conta da minha vida, na medida em que nada de muito novo é apresentado no meu dia-a-dia.
                   Quando reclamo dessa forma, de maneira antipática e rabugenta, parece até que vivi muitas décadas e que, durante esse tempo, nada diferente me foi apresentado. Mas não é bem assim... O que me incomoda é aquele mesmo comportamento por parte das pessoas, é como se tudo que eu estivesse vendo agora, eu já tivesse visto antes. São as mesmas festas, promovendo a mesma profanação da saúde e do amor, as mesmas histórias de romances iniciados e terminados, as mesmas poses para fotos, as mesmas conversas sem propósito ou sentido, as mesmas divisões injustas: pobres e ricos, feios e bonitos, gordos e magros... Tudo tão igual e tão chato!
                   E, ao mesmo tempo que tudo isso acontece(ou reacontece), sei que tenho uma significativa parcela de culpa, pois também me comporto da mesma forma: observando, desejando mudanças, mas sem nada fazer. Sendo igualmente igual a toda essa gente que me aborrece com sua mesmice. Falta em mim e nesse mundo antigo de coisas repetidas uma grande inspiração que promova as mudanças necessárias para dar início a um novo tempo.
                  
                

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